Cansei do cinemão norteamericano ... Cansei do seu ritmo, dos excessivos efeitos especiais, do humor programado, da falta de criatividade, da beleza exuberante da Angelina Jolie, das loucuras do Tom Cruise, do botox da Meg Ryan, e de seres azuis saindo da tela de cinema. Reencontrei minha antiga paixão pelo cinema por meio da cinematográfia coreana.Fiquei tão maravilhada e emocionada que decidi criar o presente blog registrando minhas impressões dos filmes produzidos por aquele país.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
HAPPY END (1999)
FICHA TÉCNICA:
Diretor: Jung Ji-woo
Elenco: Choi Min-sik, Jeon Do-yeon, Joo Jin-mo
Duração:99 min.
País: Coréia do Sul
Sinopse: Jeon Do-yeon é uma mulher casada que tem um caso com seu ex-noivo Joo Jin-mo. Por outro lado, Choi Min-sik seu marido está desempregado e passa seus dias em um espécie de livraria lendo romances e cuidando da filha pequena do casal.Diretor: Jung Ji-woo
Elenco: Choi Min-sik, Jeon Do-yeon, Joo Jin-mo
Duração:99 min.
País: Coréia do Sul
Interessei-me por esse filme pelos seus atores, Joo Jin-mo é um ator que amo, assim como Jeon Do-yeon que já foi contemplada com o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes por Secret Sunshine. E não me decepcionei, apesar de não ser particularmente um filme brilhante é uma obra intensa e ao mesmo tempo obscura e supreendente. Além de ter um das melhores e mais bem executadas vinganças que já vi no cinema.
O filme começa um uma cena veemente e obcecada de sexo entre os amantes, o ex-noivo continua apaixonado pela ex-namorada. A próxima cena e do marido em um livraria de terno lendo um romance quando o vendedor pergunta se ele irá comprar ele diz que desistiu porque o livro é mais de mistério do que um história de amor, uma verdadeira história de amor tem que ser triste e que parta o seu coração. Logo depois, o marido sai busca a filha na escola, faz sua comida, arruma a casa e assite um espécie de novela. Dessa maneira é apresentado o filme, e as personagens.
A rotina do casal sufoca lentamente o telespectador de igual maneira aos personagens. O caso, nesse momento, é mesmo um alívio. O filme é marcado por essa regularidade das relações entre o casal e o amante, parece mais um daqueles filmes sobre os valores da família e dos rumos que a vida dá no mundo moderno. Mas essa linearidade muda e o rumo das personagens modifica-se completamente.
Em uma escala e 01 a 10, o filme é 8,5. Vale a pena conferi.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Il Mare (2002)
Ficha Técnica:
Il Mare
(Siworae, 2000)
Direção: Hyun-seung Lee
Roteiro: Eun-Jeong Kim, Ji-na Yeo
Gênero: Fantasia/Romance
País: Coréia do Sul
Duração: 91 minutos
Elenco: Jun Ji-hyun , Lee Jung-jae
Sinopse: Em 1999, Jun Ji-hyun muda-se da casa conhecida como "Il Mare" deixando na caixa de correio uma carta para o próximo morador. Em 1997, o primeiro morador do "Il Mare", Lee Jung-jae, encontra essa carta, achando ser um brincadeira passa a corresponder-se com Jun Ji-hyun. Os dois se apaixonam, mas como concretizar esse amor ?
Estão reconhecendo essa história? Pois é, A Casa do Lago é uma refilmagem desse filme. Para aqueles que amam este filme, garanto que adorarão "Il Mare". Com a diferença que "Il Mare" é milhões de vezes superior ao remake.
Poesia e originalidade são os tons de "Il Mare", o filme parece um poema arcadista, uma ode ao amor e à paisagem. A fotografia é majestosa, o local onde se localiza a casa é algo de sublime, além de possuir uma trilha sonora belissíma. A história, apesar fantasiosa, é interligada por um roteiro é bem escrito, coerente e bem amarrado. Minha parte preferida é quando Lee Jung-jae diz a "Sung-Hyun, há três coisas que não podem ser escondidas: a tosse, a pobreza e o amor... quanto mais tentamos escondê-las, mais elas aparecem.". A dupla de protagonistas apresentam uma química perfeita.
Um dos melhores exemplares do maravilhoso Cinema Coreano. Vale apena conferir e sonhar com essa admirável história de amor.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
LA BELLE - 2000
FICHA TÉCNICA
Diretor: Kyun-dong Yeo
Escritores: Sang-woo Lee (writer) & Kyun-dong Yeo (novel)
Gênero: Drama
Elenco: Lee Ji Hyun, Oh Ji Ho
País: Coreia do Sul
Ano: 2000
Sinopse: Mulher(Lee Ji-Hyun) seduz recluso autor (Oh Ji-Ho), enquanto ele se apaixona e passa a desenvolver um relacionamento completamente dependente e obsessivo, e ela segue apaixonada pelo ex-namorado que violentamente a abusa.
Por muito tempo meditei se gostava ou não desse filme, levantemos então os pontos positivos e negativos e vamos ver se chegamos a uma conclusão.
Falemos primeiros das coisas boas: a fotografia é primorosa, o que realmente me encanta nos filmes coreanos é a iluminação e a pureza da direção fotográfica, o filme é totalmente "clean", quer dizer não há aquela poluição visual, o filme é estruturado na cor branca, o que contradiz completamente o estado psicológico das personagens, e é um contraponto das emoções dos protagonistas.
Também outro ponto relevante é o silêncio, todo curso do filme é mostrado sem sobressaltos, sem correria, sem demora. Essa falta de diálogo leva o espectador a entrar em sintonia com os atores, você acaba refletindo melhor sobre a situação, em muitos momentos você se assusta, quando percebe que não está vivendo aquelas situações com os personagens. Esse calar pode ser perigoso, mas não nesse filme, ele traduz exatamente a agitação emocional e psicológica do enredo.
Definitivamente esse filme não é recomendado para corações puritanos, pois é recheado de nudez e relações sexuais, estas traduzem a obsessão de Oh Ji-Ho por sua amada, o corpo de Lee Ji-Hyun é para ele um templo a ser adorado e a ser cultuado. Para ela, Oh Ji-Ho é apenas um alívio ao seu desespero, não há contato emocional ou amor, é somente sexo puro e sem consequências. Ele está ciente e tenta quebrar esse laço vicioso, mas em sua fraqueza acaba sempre dominado por seus sentimentos e desejos.
O filme acaba sendo muito longo, parece-me que o excesso de cenas de sexo se dão por falta de assunto. A partir do meio do filme, acaba se tornando repetitivo, meio doentio e enfadonho. Não sou cineasta, mas acredito que se fosse um curta metragem a película mais bem sucedida.
Mesmo com tudo isso vale apena conferir e tirar suas próprias conclusões.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Mother - A BUSCA PELA VERDADE
FICHA TÉCNICA
Diretor: Bong Joon-ho
Elenco: Won Bin, Kim Hye-ja, Jin Ku.
Duração: 128 min.
Ano: 2009
País: Coreia do Sul
Gênero: Drama
SINOPSE: O filme desenha a história de uma mãe (Hye-ja) e seu filho (Jin Ku), o mundo da mãe gira em torno do filho que apresenta claros problemas mentais. Tudo se complica quando uma jovem é assassinada e o principal suspeito é Jin Ku. Sem apoio da polícia ou do advogado contratado para representá-lo, Hye-ja, no melhor estilo James Bond, empreende uma jornada para provar a inocência do filho.
Comentar esse filme não é das tarefas mais fáceis, pois sempre que assisti-lo encontrará novos elementos e fará novas descobertas não percebidas anteriormente.A começar pelo relacionamento dúbio existente entre mãe e filho, o diretor brilhantemente cria um clima de amor e dever, não dar para saber ao certo se a mãe ama o filho ou sente uma profunda obrigação com ele. Há até uma sutil sugestão sexual entre os dois, mas essa parte eu deixo para que vcs leitores decidam.
Inconformada com a condenação do filho, Hye-ja toma a frente das investigações, aliada ao único amigo do filho que acaba por extorqui-la, Hye-ja é capaz das maiores loucuras para provar a inocência do filho e para protegê-lo.
É totalmente compreensível o fascínio que a Crítica Especializada tem por esse filme, ele é temperado por uma boa dose de suspense, drama e até ação. Além de ser impregnado pela maravilhosa atuação de Hye-ja, o seu jeito e seu olhar lembra bastante a Fernanda Montenegro em Central do Brasil. Se Mother fosse um filme norteamericado, que me desculpe a Sandra Bullock, com certeza Hye-ja ganharia Oscar.
Esse filme representa com maestria o cinema sul coreano que hoje está nos salvando da monotonia e da mesmice do cinema internacional, principalmente o estadunidense.
Mother é realmente muito bom, recomendadíssimo.
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