Cansei do cinemão norteamericano ... Cansei do seu ritmo, dos excessivos efeitos especiais, do humor programado, da falta de criatividade, da beleza exuberante da Angelina Jolie, das loucuras do Tom Cruise, do botox da Meg Ryan, e de seres azuis saindo da tela de cinema. Reencontrei minha antiga paixão pelo cinema por meio da cinematográfia coreana.Fiquei tão maravilhada e emocionada que decidi criar o presente blog registrando minhas impressões dos filmes produzidos por aquele país.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
LA BELLE - 2000
FICHA TÉCNICA
Diretor: Kyun-dong Yeo
Escritores: Sang-woo Lee (writer) & Kyun-dong Yeo (novel)
Gênero: Drama
Elenco: Lee Ji Hyun, Oh Ji Ho
País: Coreia do Sul
Ano: 2000
Sinopse: Mulher(Lee Ji-Hyun) seduz recluso autor (Oh Ji-Ho), enquanto ele se apaixona e passa a desenvolver um relacionamento completamente dependente e obsessivo, e ela segue apaixonada pelo ex-namorado que violentamente a abusa.
Por muito tempo meditei se gostava ou não desse filme, levantemos então os pontos positivos e negativos e vamos ver se chegamos a uma conclusão.
Falemos primeiros das coisas boas: a fotografia é primorosa, o que realmente me encanta nos filmes coreanos é a iluminação e a pureza da direção fotográfica, o filme é totalmente "clean", quer dizer não há aquela poluição visual, o filme é estruturado na cor branca, o que contradiz completamente o estado psicológico das personagens, e é um contraponto das emoções dos protagonistas.
Também outro ponto relevante é o silêncio, todo curso do filme é mostrado sem sobressaltos, sem correria, sem demora. Essa falta de diálogo leva o espectador a entrar em sintonia com os atores, você acaba refletindo melhor sobre a situação, em muitos momentos você se assusta, quando percebe que não está vivendo aquelas situações com os personagens. Esse calar pode ser perigoso, mas não nesse filme, ele traduz exatamente a agitação emocional e psicológica do enredo.
Definitivamente esse filme não é recomendado para corações puritanos, pois é recheado de nudez e relações sexuais, estas traduzem a obsessão de Oh Ji-Ho por sua amada, o corpo de Lee Ji-Hyun é para ele um templo a ser adorado e a ser cultuado. Para ela, Oh Ji-Ho é apenas um alívio ao seu desespero, não há contato emocional ou amor, é somente sexo puro e sem consequências. Ele está ciente e tenta quebrar esse laço vicioso, mas em sua fraqueza acaba sempre dominado por seus sentimentos e desejos.
O filme acaba sendo muito longo, parece-me que o excesso de cenas de sexo se dão por falta de assunto. A partir do meio do filme, acaba se tornando repetitivo, meio doentio e enfadonho. Não sou cineasta, mas acredito que se fosse um curta metragem a película mais bem sucedida.
Mesmo com tudo isso vale apena conferir e tirar suas próprias conclusões.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Mother - A BUSCA PELA VERDADE
FICHA TÉCNICA
Diretor: Bong Joon-ho
Elenco: Won Bin, Kim Hye-ja, Jin Ku.
Duração: 128 min.
Ano: 2009
País: Coreia do Sul
Gênero: Drama
SINOPSE: O filme desenha a história de uma mãe (Hye-ja) e seu filho (Jin Ku), o mundo da mãe gira em torno do filho que apresenta claros problemas mentais. Tudo se complica quando uma jovem é assassinada e o principal suspeito é Jin Ku. Sem apoio da polícia ou do advogado contratado para representá-lo, Hye-ja, no melhor estilo James Bond, empreende uma jornada para provar a inocência do filho.
Comentar esse filme não é das tarefas mais fáceis, pois sempre que assisti-lo encontrará novos elementos e fará novas descobertas não percebidas anteriormente.A começar pelo relacionamento dúbio existente entre mãe e filho, o diretor brilhantemente cria um clima de amor e dever, não dar para saber ao certo se a mãe ama o filho ou sente uma profunda obrigação com ele. Há até uma sutil sugestão sexual entre os dois, mas essa parte eu deixo para que vcs leitores decidam.
Inconformada com a condenação do filho, Hye-ja toma a frente das investigações, aliada ao único amigo do filho que acaba por extorqui-la, Hye-ja é capaz das maiores loucuras para provar a inocência do filho e para protegê-lo.
É totalmente compreensível o fascínio que a Crítica Especializada tem por esse filme, ele é temperado por uma boa dose de suspense, drama e até ação. Além de ser impregnado pela maravilhosa atuação de Hye-ja, o seu jeito e seu olhar lembra bastante a Fernanda Montenegro em Central do Brasil. Se Mother fosse um filme norteamericado, que me desculpe a Sandra Bullock, com certeza Hye-ja ganharia Oscar.
Esse filme representa com maestria o cinema sul coreano que hoje está nos salvando da monotonia e da mesmice do cinema internacional, principalmente o estadunidense.
Mother é realmente muito bom, recomendadíssimo.
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